OUTUBRO ESCARLATE
O vício de sair praguejando.
O vício e um ar vermelho.
O vício de ouvir a canção
Louca daquela sereia.
Teia que tece um homem
Campeão por ter vida em si.
É feliz imaginar bonança
É feliz e arriscado sonhar.
Sonho com incertezas tais
Que o mundo muda de cor.
A luz em câmara lenta
A cruz que vem e acompanha
O vício em ser o que é
E o medo: saudável veneno
Rompendo a garganta, engolido.
As vontades humanas somadas
E o plano do século rasgado!
Surpresa boa e palpável
E o vício de ser pessoa.