O
MODEM
Digitou o que disse o coração.
O modem mandou para quem não tinha coração.
O choque da ponta dos dedos
Apagou as letras do teclado.
Esta memória potente
Guardou mexericos desprezíveis
Guardou fotos e diálogos
E agora dá imagens a quem pedir.
Esta memória é indecente
Os gigabytes
namoram
E ela não conta a ninguém.
Esta memória é ufana.
Derrama a lua e declama
Os bate-papos perdidos.
Sentiu o toque na tecla
E as luzes se acenderam.
A ilusão dessa tela
Reacende sorrisos.
O solitário e os ícones,
Os ícones e as tabelas,
As tabelas e os espaços em branco
Formaram um matrimônio.
O
nome dela é Abigail.