MEDIDA PROVISÓRIA
Celulares com caixas cheias.
Desaconselham-se os folclóricos conselheiros.
E nós aqui, esperando, esperando.
Províncias em guerra.
Calúnias arrebatadoras soam pelas grandes ilhas.
Soam contra uma aldeia sã.
E nós aqui: esperando, esperando.
As vacas sóbrias e saudáveis alimentam as gentes de além.
As vacas boas vão em carne viva para muito além.
Desavenças explodem nas colunas dos jornais.
Gente repartida.
Partidos repartidos.
Sorte repartida.
Grana repartida entre pouquíssimos.
E nós aqui esperando, esperando.
Miséria, miséria repartida entre muitíssimos.
Fecham – cessam os hospitais psiquiátricos.
Andam – crescem os cidadãos esquizofrênicos.
Uma só matemática basta para aniquilar esperanças.
Uma observação de rodapé basta para arruinar sonhos.
E nós? Aqui esperando, esperando
Com esse sorriso capitalista, destruindo a pureza do
semblante.
Esse sorriso, esse implante.
Esse implante.
Implante.