SEM
MEMÓRIA
Um poema impresso na mão,
Um poema diluído na água,
Um poema de um verso só,
Um poema que me livre do desespero
Lido na noite em silêncio.
Entre os meus olhos e as letras
Espalha-se o mundo, infinito mundo
De mistérios e certezas.
Nietzsche morreu - antes de ser O Deus do Mundo.
Mas que importa se é um deus no meu quarto?
Perdão, leitor:
A verborragia é a única linguagem que resta
A um sujeito desmemoriado
Que
acorda no meio da noite.