O FAVÔNIO DO OESTE
(À
Kimberly)
Eu queria tomar
um porre homérico.
Eu queria um
poema ingoogolável.
Traria para a
realidade todas as possibilidades dos sonhos.
Tudo seria
trágico.
Tudo seria
mágico.
Mas o dia, a
tarde, a noite, a madrugada foram incompletos.
Eu queria um
poema homérico.
E tomar um
porre ingoogolável.
Fazer as pazes
com todos os meus inimigos.
Deixar os
amigos contrariados.
Mas isto é tão
cristão.
A poesia, o
álcool, os inimigos – tudo tão cristão.
Eu queria tomar
um porre homérico.
Hercúleas sagas
que sem ouvir se conhece.
Do homem que
faz pacto com a dor.
Do homem que
mente mentiras feias.
Do homem que em
silêncio pensa ser pobre ou vão.
Seria um poema
eclético.
Um porre
extrawickipediano.
Só os deuses
saberiam de suas catacumbas.
Mas o meu amor
não veio,