PAISAGENS ONÍRICAS
O tempo parou e
a prata perdeu o brilho.
Eles estão à
espera, no cinema,
Os proscritos
entre si – no truque.
Os outros não
são proscritos porque se ligam na tela.
Eu nunca vi um
deus.
Nunca vi a
rainha,
O
príncipe – o belo,
A
fera!
Tudo
se foi com o brilho da prata.
O meu bem se
prepara para amanhã;
Quiçá
me veja - ou não.
O meu amor é
cálculo
E
o meu bem detesta o cálculo.
Mata
o que é bom matar – ver o sangue correr!
O meu bem
entrou no meu sonho,
Me
beijou ternamente
Escolheu
um dos dedos para me acariciar e me acariciou.
Não
dizia se gostava – se não – seu olhar estava distante.
No
meu sonho – tudo no meu sonho – até seu hálito amargo,
Seu
gesto tão dócil; a firmeza sua, a certeza da sua mão direita.
Tive um sonho
Tão
bom que a prata perdeu o brilho
E
o cinema foi proibido.