ENTRE
(a
Léo de Carvalho)
E um beijo vespertino numa nuvem te
beijou.
E você e tu e vós com sua voz não sentiu
dor.
Que eras o resumo do ente amado e ideal
dum
Outro ser que te procura mas não te
encontra.
Que eras o vaga-lume a deixar só o rastro
da
Sua luz iluminando as noites que
insistiam.
Que eras um formador de toda espécie de
anjos
Realizadores incansáveis do desejo em ti
surgido.
Que eras o rei presente nas disputas dos teus
filhos
Que lutavam a deitar sangue e sêmen nas
sarjetas.
Por teu trono. Por teu trono. Por teu
trono.
Que eras o navegante cruzando oceanos
longínquos
Desafiando cantos suspeitos, rompendo
tradições.
Que eras o elemento procurado pelos
alquimistas,
A filosofal pedra, o elixir da juventude.
Que eras tudo.
E teus horizontes ainda aguardam a tua
vontade.
Tua grandeza se multiplica a cada
movimento
Que ainda teces nesta terra.