EXÍLIOS
Se aos poetas desferiu-se exílio ausente
Pondo-os cegos, surdos-mudos do seu mundo,
Quantos hoje em sua terra estão presentes
Sem que possam desbravá-la em passos fundos?
Se a tortura e a barbárie de outras mentes
Fez de apátridas, os anjos – tão imundos.
Hoje os novos já sem deuses ou patentes
Andam mui livres: num silêncio tão profundo.
Onde há flores, relva, amores que percebam
Nesse desterro interno em telas, passatempo
Os novos homens que sucumbem aos milhares
Senão mormente onde outros se perderam
E marcaram com um pranto e um lamento
Para que os novos desviassem seus olhares?…!