SEGUNDA
NATUREZA
O que vejo nos seus olhos
E o que pressinto
Desse ar que você expira
E com ele espalha
Partículas de você
Na eternidade.
(É engraçado vislumbrar o ar tal qual mistura
ou solução para o mal que diminui;
esse mal que nem mesmo percebemos)
O que sinto pelo toque dos seus dedos,
Seu riso irônico,
Seu desdém,
Porque vivemos no mesmo mundo,
No mesmo tempo,
E talvez você quisesse saber-se só,
Levemente só,
Divinamente,
Inebriadamente só.
É uma vontade de “invisibilidade que mostra”
Como se você pudesse sentir um pouco
Ou talvez bastante de mim no espaço vazio.
Assim como aprendi a sentir você
Tão intensamente,
Na grande solidão dos desencontros.