PARA
ALÉM DO SIM, DO NÃO E DO TALVEZ
Que bom seria purificar mais uma alma.
Abrandar um pequeno e duro coração.
Vejo o que está atrás do amor
E fecho os olhos e tapo os ouvidos.
Já não cedo ao sussurro mais suave
Nem ao perfume que invade as narinas,
Convidando para os sonhos mais coloridos e
primaveris.
Meu olhar corta mais fundo que uma faca
E eu nem sonhava em olhar para baixo,
Cuspindo nos medos, nos castigos efêmeros e
eternos,
Nos fantasmas, nas mentiras sem arte, que
paralisam seus escravos.
Os sinos dobraram
Para uma redenção desperdiçada.
O jeito é se acostumar com as pessoas aos
avessos,
Escondendo arduamente a sua beleza
E guardando-a para nunca mais.