domingo, 1 de junho de 2014

João Rosa de Castro - Flores do Pântano

O AVARO

O avaro confessou o cúmulo da avareza:

Sabe que quando dorme é para estar só
E que quando acorda é para estar junto.

Mas, ao acordar, fica horas na cama,
Estando junto, querendo ficar só.
Nessa hora, ele tem uma abundância
Que ainda ninguém quer e ninguém pede.

À noite, porém, fica quase só – sonolento,
Conquanto esteja junto de todos ao seu redor,
Nesta hora em que todos o querem e todos pedem.

O avaro economiza alma.
E vive num Brasil-quase-Japão
E mora num Japão-quase-Brasil.

João Rosa de Castro - Despedida - Encerramento do Blogue Lume d'Arena

Prezado leitor. É com imensa satisfação que venho expressar minha gratidão a todos que visitaram, leram, compartilharam e acompanharam o L...