HOMO-SAPIENS
A sabedoria forjada na loucura disfarçada
Dos calcanhares que
ajudam a acertar o passo
Faz de muitos os
heróis que ainda restam.
Porque ainda há um
voto
Porque ainda há a
trave
Porque inda eclode o
belo gol.
Não tem graça andar
pela rua ao sol do inverno
Pra ver apenas o
olhar disperso dos homens fracassados
E as pernas das
mulheres perdidas.
As nuvens repetem o
mesmo desenho de cores.
As árvores balançando
com o vento
Choram a antiga
ameaça.
Eu procuro a minha
infância.
Procuro minha beleza,
Minha juventude,
Meu gozo.
A sabedoria agasalha
os peitos e as genitálias
E a loucura com o
olhar lancinante
Segue andando e
rasgando os andrajos e as sobrecasacas mais caras.
A sabedoria tapa as
narinas
E a loucura inspira
fundo os odores das axilas
Mais perfumadas e
deglute os mamilos mais tesos.
Isso é viver
observando os movimentos da fauna.
A sabedoria só se
apraz com o que se repete.
E a loucura é amiga
de beijar
A mais bela boca
E engolir a saliva
Para nunca mais.