O LAÇO QUE ME ATAVA
Eu
nunca bailaria tão sozinha.
Fora
horrível aquela noite – um abismo.
Sentia-me
a esfinge com o enigma – ali, decifrado, decifrado.
Eu
chorava de lembrar.
Não,
Núbia! Não, Rachel! Bailem comigo!
Eu
bailava por amor às gentes.
Eu
bailava por amor aos bichos-grilos e aos não-bichos, eu bailava.
Achava
que ia parar.
Aquela
que não merecia aplausos.
Ia
me afastar e me afastar.
Não
queria que vocês me elogiassem
E
me pedissem para continuar.
Mas
eu era assim tão dependente,
Só
bailava se visse bailar.
Parava
cedo: cento, cento, cento e oito.
Era
meu pé, pois então sentia
Prontidão
e mãos no solo.
A
vitrine e eu dentro.
O
aquário no escuro, nos escombros.
Era
a vida que pulsava,
Queria
a sauna morna longe, longe, longe e intensa,
Via
então o alicerce pronto.
Era
elétrica demais
Para
bailar tão sozinha.
Eu
queria que fingissem que não viam
O
meu olhar, o meu olhar de medo.
Era
concisa e dúbia.
Queria
o laço que me atasse,
Eu
viera da infância desse jeito:
Pedia
água mesmo que sem sede, e a fauna…