O DESTINO ESCRITO
Dizia:
“não deixe a Flora sozinha!
Ela
nos ama bastante,
Ela precisa de nós”.
Eu
não entendia esse medo.
Que
diferença faria
Para mim que era uma fera,
Una ou com todo o mundo.
Era
a mesma bastarda de sempre.
O
dedo meu da mão bailava comigo,
Meu seio bailava comigo,
Os meus olhos bailavam,
A dança não me cansava,
Nem a palavra “baila” me cansava.
Tudo
ficara automático.
Eu
bailava para mim mesma.
Sem
o meu segredo guardado
Não sabia o que seria
De mim que pensava no mundo
Daquela maneira vazia.
Eu
nunca pedia desculpas,
Pois pensava muito no dito.
Mas
sabia: além do que se ouvia
Existia um destino escrito.