O ROXO DO ARCO-ÍRIS
No
mercado tinha fila.
No
arco-íris tinha roxo.
Na
cidade tinha porcos.
No
cinema caridade.
No
meu pensamento ânsia.
No
quintal tinha amora.
No
elevador: espelho.
Na
minha boca: resposta.
Na
dança vira poesia.
Na
poesia – a dança.
Era
tudo pura heresia.
A
verdade vinha truncada.
A
minha pele, o meu dia
Estiveram ressecados.
Ai
que enjoo que sentia.
Ai parecia que estava grávida.
Que
tocássemos nosso sino.
E víssemos se a dança a ânsia apagava.
E víssemos se o pulo o tombo cansava.
E víssemos se o anjo amava a anja e nos
esquecia…!