A CHACOTA
Eu
não precisava de fortim que me protegesse;
Não precisava de um césar que me
dominasse;
Nem judas que me traísse;
Nem mecenas que me pagasse.
Bailava
pelas ruas – espaços vazios.
Meus
movimentos eram conscientes - inconscientes.
Bailava
ao som de uma orquestra, de um assobio;
Num
silêncio sepulcral.
Era
a única coisa que eu fazia de boa consciência.
E me comparavam com Sofia
E ainda pensavam que eu sofria.
Mas
não, eu estava feliz, mesmo que sofresse.
Mesmo
que qualquer Maria descesse;
Mesmo
que o Brasil tivesse pouco dinheiro – ou muito.
Eu
não me importava com a chacota.
Impunha respeito, e me respeitavam,
Conquanto que eu não soubesse ou
percebesse.
Eu
não parava para respirar fundo.
Fazia-o
antes, durante e depois
Por
amor de viver…!