FLORA ALÉM
Flora
era suficientemente coração.
Lambia
os ares poluídos.
Cria
no progresso do caos.
Mas
sabia que o que bem queria
Era
algo que inda não fora inventado.
Observava
a dança dos braços das rodas do trem.
Apetecia-lhe
o rebolado dos andares mais severos.
Flora
era suficientemente emoção.
E
tinham-lhe no grupo compaixão.
Ela
é que ardia com a perda de suas folhas:
Notava no mundo um outono eterno.
E agia fotossintética.
Mantinha-se enredada em sua cadeia de
flores.
Amava
o mundo,
Queria
a vida.
Pisava
sobre a Terra devagar
A fim de não a desgastar.
Flora
fora Capitu:
Capitulava seu sexo
Sem desferir gemidos falsos.
Flora
não era apenas uma mulher.
Exalava de seus pulmões a pura verdade,
A vasta loucura,
A lei dela provinha.
Flora
era a lei – e não apenas uma mulher…!