POR TRÁS DA MÁSCARA
No
meu momento mais distante de mim mesma
Eu me libertava das minhas próprias
amarras.
Andava
pelas ruas de óculos escuros,
Por que não vissem no fundo dos meus
olhos
O quanto eu era feliz.
Ai
como eram longas as viagens até mim mesma.
Não
tinha nada daquilo de cocaína.
Nada
parecido com fuga.
Eu
na verdade me amava.
Fazia
um esforço sobre-humano para contemplar minha face.
Usara
uma máscara tão dura que sentia saudades de mim.
Levara
um susto ao me vir frente a frente.
Quantos
de nós ansiávamos pela solidão?
Queríamos
mesmo era andar causando
Em turmas sorridentes e fanfarronas:
Rindo das desgraças alheias nos bares.
Mas
eu dançava por amor de ficar comigo mesma;
Causando nos outros algo diverso do que
causavam em mim.
Eu
rolava pelo palco com frêmitos;
Receando, porém, que me soubessem livre
demais
E me desejassem
roubar a liberdade…!