CARNAVAL SEM FOLIA
Estou cansado
de mim.
Como quereria
olhar ao espelho e ver outro alguém!
Eu nunca estou
feio, nunca estou belo.
Quem perderia
de mim?
Quem me
derrotaria?
Tornei-me um
homem sem face.
Um homem sem
homens.
Um homem sem um
– um que me ensinasse tudo.
Tudo o que
fosse bom aprender.
Onde está minha
infância?
Por onde andará
minha adolescência?
Não sei mais
regra de três.
Não
sei mais o que é transitivo,
Meu mundo
fechou e nada nem ninguém mais transita.
Congelou-se o
mundo
E
as esculturas escrevem…!