PORQUE HOJE É HANÁ
Haná: o dia da
desconstrução.
Divida, em Haná,
a pedra em duas.
Sem fazer
estardalhaço.
Nada de gritos,
Nada
que fuja muito ao silêncio.
Desmontar a
máquina no dia de Haná.
Para ser capaz
de montá-la em Helena.
Interpretá-la em
Jurema.
Escrevinhar e
digitá-la em Clarice.
Estampar e
copiá-la em Minerva.
Patentear a
máquina em Maria.
Divulgar e
dedicá-la em Francisca – com festa.
Novamente
desmontá-la em Haná,
E
assim por diante.
Onde fica o
frenético namoro?
Quando ocorre o
multiplicar-se?
Quem poderá
largar a máquina para ver futebol?
Haná: o dia da
desconstrução.
Divida o
coração em dez filhos.
Silêncio de
nenhum frenesi.
Nada de cortar
cebolas e lágrimas.
É possível
desconstruir a máquina dormindo.
É possível
desconstruir a máquina aos prantos.
E dar nome aos
bois - tudo neste dia.
Neste dia de
frio, silêncio e divisão.
E onde fica a
rima?
Deixe-a colada
no ímã.
Faça como faz
com a mãe:
Deixe
tudo sem rima
Que rima é luxo
de poetas ricos!