CONTAGEM
Nas silhuetas
coerentes
Dos tentáculos
dançantes,
Viam-se coisas
marítimas.
Tudo que parecia
caótico:
A passada poluição
táctil,
Os movimentos
desordenados
Do playground doutras distâncias,
Agora não se viam.
Via eu a mim mesmo
Querido pelos
tentáculos
Da minha nova casa
Acolhedora e óbvia.
Terno e envolvente
agasalho,
Acariciando o
semi-corpo.
O que é entregar-se?
O que é amar senão
sentir-se?
Ficaram na memória
dos espectadores imagináveis
As boas-vindas esplendorosas,
A soma da minha
matéria
Nessa bolha tão
majestosa,
Onde o sonho e o
tempo
Formam uma só
realidade,
Em que tudo é
possível vislumbrar.
O arrepio na
inspiração do oxigênio
Soprado pelo Deus a
todo instante
O Deus distante e
presente, embora.
Já se pode abrir os
olhos
Para formar minha
consciência.
Não que os toques
alheios
Não tenham tido
valor.
É que, na sóbria
independência
Imaginária e incerta,
De nada tenho
saudade.
As cores fazem tão
bem
Para as minhas
retinas.
As formas que se
desenham
E tanto que
simbolizam,
Vão assim me
pertencendo
E estruturando o meu
destino.
Luzes azuis e
vermelhas,
Néon e lamparinas,
As variações do
branco,
A gradação inerte do
negro,
Tudo a preencher o
olhar
Com femininas
paisagens.