A DANÇA
O ensaio no flácido
castelo
Para o espetáculo das
gentes;
A atenção que dou a
mim mesmo;
O sorriso que já
confiro ao espelho;
Narciso em seu rio de
solidão.
Por que não? Por que
não, então?
Odes escritas aos
meus olhos;
Toda espécie de arte
manifesta;
Toda imaginação que
flexiono
Alimenta o meu ser
que cresce.
Completude tão
sonhada por nascidos;
Instintos nobres no
extra-terreno espaço;
Lágrimas tépidas e
sinceras;
Uma saudade que
acalanta;
Riqueza nos
movimentos exatos;
Candura nos gestos
maternais;
Conversas mudas que
se cruzam:
Tudo é tão abstrato
que pareço mentir.
A dança nesse morno
agasalho
De uma desilusão drummondiana.
Dê uma atenção a esta
cena:
A rigidez dos pés no
chão de chama;
A cálida risada da
mãe que ama!