O JEANS
Pra não repetir o que
já disse
Digo-o desse modo
disfarçado.
O ontem, o hoje, o
amanhã
São só memórias
inventadas.
Manifesto, maniatado,
o meu desejo.
Duro o mundo. Duro,
duro.
Eu, menos duro e mais
calado,
Estúpidos cupidos
vejo aos montes.
Tróia e rua Helvétia
Damasceno.
Nilo e Tietê são bons
amigos.
Monjolo, o Caetano
diz primeiro.
Repolho é comida, é
comida.
Paredes cheias de
quadros e grafites.
Pichação mesmo! pura
e simples.
Embaralhado ficou o
meu pensamento.
Escorriam as bolhas
do teto ao chão.
Arrastavam-se no
vertical caminho.
Espalhada a pasta no
piso claro,
Os jornais já
recolhiam pra notícia.
Eu estou num país.
Eu estou numa vila.
Eu estou no meu
quarto.
E tem o hospital.
E tem o velotrol.
E tem o arraial.
O jeans molhado que a
bunda aperta
Nos olhos é azul, na
pele esquenta.
No bolso tem dinheiro
e uma foto.
A calça cobre as
pernas e vai aos pés
Tudo normal. Tudo
normal.