O PERFUME
Daí começou o desejo
de partir,
De voltar para onde
estivera antes.
Eu me via desintegrar
E formar figuras
celestiais – figuras infernais.
Era o fim.
Fim de mim.
Fim de tudo.
Um fim com ares de
recomeço.
Um tornar-se
novamente sensações.
Chegar até aqui e
voltar
No circular
movimento.
Mas, não!
Era preciso
continuar.
Seguir ao encontro do
desconhecido.
Descobrir o futuro
inimigo.
Distanciar-me cada
vez mais de mim mesmo
Ao ponto de me
desconhecer ao espelho.
Isso começou tão
cedo!
Isso ficou sem
métrica.
Eu surpreso.
Eu inquieto.
Querendo os perfumes
mais singelos ao redor.
Para me livrar desse
impulso mórbido.
Reconceber-me
Zerar.
Sumir.
Daí começou o desejo
de partir.