domingo, 31 de janeiro de 2016

João Rosa de Castro - O Cio da Pedra

RUPTURA

Vi a lua iluminar
Paragens desabitadas.
E pássaros cantarem
Por cantar.
Saboreei o frescor inadiável
Da hortelã que plantaram.
Sintetizar os meus anos
É a difícil tarefa que me cabe.
Se há uma longa
E insondável trajetória
Até mesmo no mais simples
Objeto que possuo,
Por que não será
Mistério indecifrável
A existência dum sujeito
Que se ocupa?
Ainda nestes dias
Tudo será possível
Que de mim se arranque
Que ainda o címbalo
Não retiniu para que
Meu espírito se cale.
Dias virão em que
Os poetas deixarão
Seus aposentos carregando
A palavra muda,
E toda beleza será lida
Por qualquer mortal
Em sua própria,
Descomprometida
E natural poesia.
Qual excomunhão será
Mais pungente
Do que a vinda
De si mesmo?
Apesar do círculo escuro
Formado ao fim desse ato,
A beleza implacável ressurgiu
E se manifestou
Mesmo onde não havia

Olhos para contemplar…

João Rosa de Castro - Despedida - Encerramento do Blogue Lume d'Arena

Prezado leitor. É com imensa satisfação que venho expressar minha gratidão a todos que visitaram, leram, compartilharam e acompanharam o L...