O
VERÃO
Idônea identidade
Com números e endereços,
Eu aviso a hora do parto,
Estopim de carnaval.
Errônea virgindade,
Com dedos e impressões,
Eu chego na hora errada
Denunciando a passarada.
Pesquiso as jugulares
Sugadas pelo vampiro.
Renasço a cada março
E morro só fevereiro.
Eia o meu próprio vento
Movimenta eu-veleiro.
Remota intensidade,
Vocês são miniaturas,
E eu fico tão distante.
Mas passo sóis e auroras,
Passo chuvas e faunas,
Vestidas de fio-dental.
Eu chegando sou evento
Que nunca se evidencia.
Do outro lado há lencinho
Pois de longe todo mundo
É assim pequenininho.