A
PRIMAVERA
Se as rosas te afligem, eu te darei
violetas.
Se as violetas te assustam, eu te trarei
margaridas.
Se as margaridas exaurirem, eu encomendo
tulipas.
Se as tulipas te traírem, procurarei as
orquídeas.
Se as orquídeas te cansarem, manifesto com
lisianthus.
Se os lisianthus forem altos, busco os
kalanchoes.
Se os kalanchoes não disserem, eu direi
coisas com cravos.
Se os cravos se calarem, perceberei com
papoulas.
Se as papoulas não sararem, vitórias
régias te saram.
Se as vitórias não vencerem, eu falarei
por crisântemos.
E se depois dos crisântemos,
E se depois das papoulas,
E se depois dos cravos,
E se depois dos kalanchoes,
E se depois dos lisianthus,
E se depois das orquídeas,
E se depois das tulipas,
E se depois das margaridas,
E se depois das violetas,
E se depois das rosas,
E
se depois de ver um mundo verdejante ao seu redor com borboletas;
Se
depois de cores espalhadas com perfume para ti, não creres ainda na minha existência certa, irei em pessoa
para te visitar.