domingo, 3 de dezembro de 2017

João Rosa de Castro - Bis


O RG

Nascida na cidade sem tamanho,
Na data que no ano é feriado,
A foto foi tirada no escuro
Não sabem por ai quem será ela.
A data de emissão nunca é recente
O polegar direito ficou fraco.

O plástico ruído de tão gasto
Andou pela bolsinha delicada.
A Vera é a Vera e não Luana.

Entrega ao porteiro toda vez.
Não sabe ele que ela não precisa.
De norte a sul já é tão conhecida.
Mas fica: o consulado é exigente.

O que pensava ela nesse dia?
Que se não fosse assim não era gente?
A fila, o carimbo, a atendente
Pedindo sua altura e a cor dos olhos.

Só rindo mesmo imaginando o medo
Que sente Vera Lúcia confundida,
É una, fina, alegre, inteligente
Mas passa por um número geral.

Geral que a outra parte não se perde,
Nenhuma Vera é assim tão verdadeira.
O erregê de Vera na padoca
Pra todo mundo ver que ela existe.

João Rosa de Castro - Despedida - Encerramento do Blogue Lume d'Arena

Prezado leitor. É com imensa satisfação que venho expressar minha gratidão a todos que visitaram, leram, compartilharam e acompanharam o L...